David, você escolhe!

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Faz tempo que eu estava querendo escrever algo sobre o David Neeleman. No livro que eu ando lendo ele é freqüentemente citado como um empreendedor de sucesso não só pelo case Jet Blue, mas por sua carreira como um todo.

Como um empreendedor que se preze vive de desafios, David se lançou em mais uma empreitada, mas desta vez no Brasil. Resolveu fundar uma companhia aérea low fare low cost nos moldes da JetBlue. Pelo menos é isso que ele promete no site oficial da companhia.

Ela ainda não tem nome. Inclusive em uma grande sacada de marketing serão os passageiros que irão escolher o nome. E a primeira pessoa que sugerir o nome vencedor irá ganhar um passe vitalício para voar pela companhia aérea com direito a acompanhante. Isso que eu chamo de marketing agressivo. Você pode participar através do site www.voceescolhe.com.br.

Eu estava a ler as perguntas freqüentes do site e acabei por encontrar citações interessantes.

Clientes e o serviço de bordo

O serviço será superior ao oferecido hoje no Brasil. Par começar, vamos oferecer mais espaço individual. Tanto em termos de distância entre fileiras (pitch) que terá 31 polegadas entre fileiras, duas a mais que a maior parte das aeronaves em serviço no Brasil. Além disso, no Embraer 195, o arranjo de poltronas dispostas 2 a 2 elimina o terrível assento do meio. E todas elas serão revestidas em couro ecológico. Nos snacks, vamos oferecer uma generosa gama de opções para os passageiros escolherem as que mais lhes agradem. Eles vão poder escolher os snacks em simpáticas cestas, que serão oferecidas pela nossas tripulações. Em nossa empresa o cliente sempre poderá fazer escolhas pessoais. Ele estará no comando das decisões.

Modelo de negócios

Vamos adotar princípios básicos em comum com a Jet Blue, porque eles são universais, não apenas norte-americanos. Vamos contratar pessoas com vocação genuína para servir aos clientes. Pessoas que GOSTEM mesmo de servir. Vamos reforçar essa cultura com treinamentos constantes e reclicagem intensiva. Vamos criar um ambiente de trabalho onde nossos colaboradores terão prazer em desempenhar suas funções, ajudando-se entre sí e aos clientes. Sabemos que a excelência de serviços é fundamental para o sucesso da companhia e, num ciclo virtuoso, para o sucesso de seus colaboradores.

Com o emprego de alta tecnologia em todas as areas do negócio, permitiremos o auto-atendimento. Tudo isso trará uma redução de custos, aumentando a eficiência e entregando um produto de alta qualidade. Igualmente, nosso foco operacional está baseado na busca de máxima segurança nas operações, tanto para nossos passageiros, clientes e nossos colaboradores no ar e em terra. A exemplo da Jetblue, nosso objetivo está em oferecer serviços de alta qualidade. É por esta razão que a JetBlue é escolhida, “Melhor Empresa Aérea Nos Estados Unidos” há 6 anos consecutivos.

Sobre a concorrência

Não estamos receosos. Nós respeitamos nossos concorrentes. É natural que estas duas empresas e as demais operadoras no Brasil tratem de defender suas participações de mercado, tão arduamente conquistadas.

Nossa estratégia será focada em aproveitar o tamanho menor de nossas aeronaves para oferecer ligações sem escalas em cidades que não contam com este tipo de serviço atualmente.

Nosso histórico mostra que soubemos competir no mercado mais disputado do planeta, os Estados Unidos, conquistando excelentes resultados para nossos acionistas, colaboradores e clientes.

Pretendemos ocupar nosso terreno de forma prudente e deliberada. Não vamos “comprar” nossa participação oferecendo indiscriminadamente tarifas baixíssimas, que no fim das contas levariam à uma inócua, desnecessária guerra de preços. Nós já entramos em batalhas assim e delas saímos vitoriosos. Nossa estratégia é competir com serviços de alta qualidade, baixos custos e segmentação eficiente de Mercado e de comunicação, trazendo de volta os passageiros que desistiram de voar. E também permitir a um número maior de brasileiros a possibilidade de adquirir passagens aéreas. Não estamos aqui para roubar fatias de um bolo; estamos aqui para fazer o bolo crescer. Temos certeza que isso vai acontecer, que nós vamos encontrar o nosso espaço através da estimulação de tráfego, muito mais do que dependendo de “roubar” passageiros de nossas concorrentes. Todos poderão voar e todas as companhias aéreas vão poder ganhar com isso.

Ainda sobre a competição

Nós não temos medo de competir, nós gostamos de competição. Nos saímos muito bem no mais competitivo mercado do mundo, nos Estados Unidos. Não temos medo de enfrentar essas batalhas. É a melhor maneira de se manter afiado, estimulado, focado no negócio. No Brasil, o surgimento da Gol forçou as empresas estabelecidas a reduzir seus custos (TAM) ou acabou provocando o fracasso de outras (Vasp, Varig e Transbrasil). O resultado é que hoje todas têm condições semelhantes de competir, com custos semelhantes. As novatas não conseguem trazer custos substantcialmente menores ao Mercado. De toda forma, nós amamos competir. Eu mesmo sou uma pessoa muito competitiva. E competição acirrada faz parte da aviação desde os seus primórdios. (Comentário meu: é ou não é o perfil de um grande empreendedor?)

Be wise.

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Comments

  1. Oi Marcelo

    É o The Da Vinci Method do Garret Loporto. Você conhece? Fala sobre empreendedorismo. Assim que eu terminar vou fazer uma resenha dele. O artigo da águia eu tirei do prefácio do livro.

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